Eu sei quando você
mente. Sinto muito em te dizer, mas consigo perceber todos os sinais que indica
quando você vai começar a mentir. Parece ter prazer em me enganar. E eu sei por
que você mente. É porque eu sempre acredito. E se eu sou ingênuo suficiente para
acreditar em tudo o que você fala, pra que parar de mentir, não é mesmo? Já que
a finalidade da sua mentira está tendo efeito, não há porque parar.
O que me deixa
triste é que você mente por coisas bobas, situações a qual a verdade não iria
doer. Situações ao qual não iria fazer a menor diferença saber a verdade. Mas
você insiste em mentir. E agora eu percebo por que: é vício. Começou lá trás
com mentiras grandes, e não conseguiu parar mais. Agora, em cada frase posso
perceber claramente mentiras, e me pego involuntariamente tentando te compreender,
tentando saber o porquê disso, mas não consigo. Tudo o que eu faço por você é
em vão. Eu apenas quero te libertar, quero te tirar dessa prisão.
Eu tento buscar
respostas no seu passado e descubro que, de alguma forma, o excesso de mentiras
vem do fato de você não ter identidade própria. Não sei como acabei associando
uma coisa com a outra, mas você mente para me agradar. Mente para não me
decepcionar, para não me contrariar, para ser aceito por mim. Mal sabe você que
não precisa usar essas ferramentas para eu gostar de você. Eu prefiro você
verdadeiro, não montado num personagem. Eu gosto de você do jeito que você é.
Não precisa se
esconder atrás dessa figura que você criou só para eu gostar de você. Não precisa
me poupar da verdade, de quem você realmente é. Por favor, não me engane, não
minta para mim.
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