E esses sonhos
malucos difíceis de lidar? De vez em quanto me aparece alguns...
Caos total,
trânsito completamente parado. Dava pra ler um livro inteiro na viagem do
trabalho pra casa. Na estação, os ônibus estavam mega atrasados, e obviamente,
todos os passageiros já estavam se manifestando, buscando resposta sobre a
demora dos coletivos. Eu estava lá, meio perdido, fiquei só observando, não
vendo necessidade alguma de estar lá junto com a multidão.
Tinha umas
pessoas estranhas, como uma mulher rodeada por uma quantidade enorme de filhos,
parecia que tinha levado a criançada toda da creche do bairro pra um passeio de
“buzu”. Também tinha aqueles típicos pais de família que trabalham na firma, ameaçavam
dar uma surra em todos da companhia de transporte público. Suados e loucos pra
chegar em casa, ansiosos pra agarrar o prato de comida com o maior pedaço de
carne e sentar em frente à TV pra assistir o Jornal Nacional. Também estavam lá os estudantes, sempre com a
escandalosa baderna, pareciam estar gostando de toda aquela confusão. Talvez
pelo simples fato de chegar mais tarde em casa e ficar mais tempo com a galera.
Não sei se
existe outra pessoa nesse universo que também acha engraçado o quanto nessas
horas as pessoas afloram um ser inteligente que até minutos atrás não existia. De
repente, baixou a mãe Diná, todo mundo sabia do que aconteceu, ou tinha a sua
própria versão. Faltavam dedos pra contar as mais diversas hipóteses explicando
aquele caos todo na estação de ônibus. Algum acidente de carro ou de moto, um caminhão
que se chocou feio com algum coletivo interrompendo TODOS os itinerários da
cidade ou os motoristas e os cobradores resolveram entrar de greve exatamente
naquele horário, 19:10 da noite, e é claro, cada um também tinha uma explicação
diferente para o motivo da suposta greve.
É nessa parte
que tenho certeza que foi tudo um sonho. Barack Obama estava na estação. Sim,
ele mesmo, o presidente reeleito da terra do Tio Sam. Ele estava em uma
lanchonete, comendo uma enorme coxinha, aproveitando a famosa promoção “um
salgado + um suco R$ 3,00” enquanto conversava com outro tiozão sobre seu
relacionamento desgastado. Sem mais nem menos, ele sai da estação enfurecido e
volta depois dirigindo um “buzu” com vários outros coletivos atrás dele, todos
dirigidos por homens vestidos iguais a Barack, terno preto, camisa azul, e
gravata vermelha. Obama falava umas frases que eu não entendia direito, mas
todo mundo estava ouvindo e aplaudindo, verdadeiro salvador da pátria, ou
melhor, de todo aquele caos. No maior estilo “segura aqui minha coxinha que eu
vou ali ajudar esse povo louco e já volto, blz?”.
Aí ele levou os
ônibus pra dentro da estação e os motoristas vieram enfileirados, sem dizer
nenhuma palavra, cada um tomando seu coletivo e indo para as plataformas.
Barack simplesmente voltou pra lanchonete e continuou comendo e conversando
como se nada tivesse acontecido, enquanto o povo ia entrando nos ônibus. Ninguém
queria saber como aquilo tudo aconteceu, só queriam voltar pra casa. Não, eu
não sei onde foram para os homens que estavam vestidos como Obama.
Só lembro depois
do despertador me torturando e berrando que já era hora de ir pra academia....
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